sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Foda-se

Letra: Allan Dias Castro

Malabaristas da miséria
Me atiram pedras no sapato
Mas minha pressa é coisa séria
E meu desprezo é imediato

Pode vir com cara feia
Pode vir com sua fome
Eu não enxergo a dor alheia
Eu fecho o vidro você some

Eu entro no meu carro e ligo o foda-se
Não esquento a cabeça, tenho ar condicionado
Eu entro no meu mundo e ligo o foda-se
E pra que nada me aborreça, tenho o coração blindado

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Eu prefiro fazer diferença na vida de alguém

Quem me conhece há tempos sabe que eu realmente já usei gravata e até topete. Nesta fase eu abandonei banda em que eu tocava e parei de ouvir Alceu. Resumindo, meus vinte anos de boy "that´s over baby". Eu explico: eu tinha que arrumar emprego, eu tinha que ter dinheiro, eu tinha que ser alguém na vida. E no futuro, o que eu teria? Uma enorme frustração por ter perdido o sono correndo atrás de um sonho que não era meu. Então eu resolvi largar tudo e ir atrás do que eu realmente gosto, que é fazer diferença na vida das pessoas através das coisas que escrevo. Pra mim é como se eu realmente estivesse morando em uma ilha, isolado de pessoas que pensam que deixar algo de valor é deixar uma bela herança. Salve os Zés Ninguém, aqueles que percebem que a vida é muito mais que ficar esperando os finais de semana para reclamar que segunda-feira já está chegando. E foi com este salve que o Thiago Corrêa se identificou e fez essa obra-prima que separei pra vocês ouvirem. Depois de ouvir essa música eu digo o seguinte: eu sou um Zé Ninguém. E mais,pra quem nasceu chorando, até que eu to feliz. E você?

Zé Ninguém
Thiago Corrêa/Allan Dias Castro

terça-feira, 11 de novembro de 2008

frases de msn

Essa é uma pequena contribuição àqueles que gostam de se expressar através de frases de msn, mas nem sempre tem um trocadalho na cabeça. As frases são sempre inspiradas ou retiradas das minhas letras. As últimas postagens estarão sempre em negrito, fique à vontade para escolher a sua com a cobrança de apenas indicar o blog sempre que possível.

- Antes doce solidão que azedume a dois.
- O amor é um sonho só pra quem dorme com alguém do seu lado.

- O tempo leva o passado, jamais o que passamos.
- Liberdade é abrir mão do medo de dizer adeus.
- Pra quem nasceu chorando, até que eu to feliz.
- Um copo de bebida me dá muita água na boca.
- Só perco o sono pelos meu sonhos.
- Só cumpro horário de descanso.
- De que adianta usar gravata e estar com a corda no pescoço.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

11º Festival de Música de Porto Alegre

Ontem eu passei a tarde vendo vídeos dos festivais de música dos anos 60/70. Como é bom ouvir artistas que valorizam o conteúdo e prezam por falar de alguma coisa além de corações partidos. Eu sempre digo que a verdade de um compositor é a realidade do intérprete, e para mim, como letrista, quando encontro alguém disposto a se posicionar diante de uma situação, ou fazer a diferença através de uma opinião, a satisfação é imensa.
É nesse clima que apresento pra vocês a versão produzida pelo meu amigo Thiago Corrêa da música Sonego, uma letra minha musicada pelo Bruno Morais, que simplismente quebrou tudo ontem no Festival de Música de PoA, garantindo o segundo lugar dentre os mais de 150 inscritos. Aproveito pra mandar meu abraço a toda galera da banda e aos demais participantes dessa grande festa. Falou, desliga a TV e te liga na letra! Abrasss


Sonego
Bruno Morais / Allan Dias Castro




Desde cedo eu aprendi
Onde era meu lugar
Mas eu nunca engoli
As sobras do seu jantar

Não me diga aonde ir
Não me diga o que fazer
Meu agora, meu aqui
Não dependem de você

Sou nego, não nego, e vou sonegar
Tudo que for imposto ao gosto do meu paladar
Sou nego, não nego, e vou sonegar
Tudo que for imposto ou oposto ao meu ser-estar

Eu sempre vivi no morro
Mas não morro sem viver
Sem ter que pedir socorro
Quando precisar comer

Eu não quero piedade
De quem nunca deu um piu
Escondendo a verdade
No sangue a cor do Brasil


O nosso país é puro, mas daquele jeito
Pura hipocrisia, puro preconceito
Você disse um dia que ser negro é um fardo
E esclarece, não é negro, é pardo
Falou que na família nunca teve um mulato
E passa o tempo todo escondendo os retratos
Porque eles vão revelar o que eu já descobri
A bisavó pulava a cerca toda noite com Zumbi.


Sou nego, não nego, e vou sonegar
Tudo que for imposto ao gosto do meu paladar
Sou nego, não nego, e vou sonegar
Tudo que for imposto ou oposto ao meu ser - estar